GRANDES DIRETORES
GEORGE A. ROMERO, O HOMEM QUE DEU VIDA........AOS MORTOS....

Embora filho de pai cubano e mãe Lituana, foi no Bronx, em Nova Iorque em 1940 que George Andrew Romero nasceu. Foi a partir dos anos 60 que começou a fazer curtas e também comerciais para a TV. Alí, foi aprimorando a técnica de filmar, escrevendo roteiros, montando, iluminando, dirigindo, enfim....
Não demorou muito para que junto à alguns amigos fundasse a produtora "Imagen Ten Productions". E em 68, levantou pouco mais que 100 mil dólares e fez aquele que viria a ser aclamado pela crítica (embora tardiamente) e público como o pai de todos os filmes de zumbis da história do cinema: "Night of the Living Dead" (A Noite dos Mortos Vivos).
Embora já houvessem outras produções do gênero como "White Zombies" (Zumbi Branco), de 1932, dirigida por Victor Halperin e estrelada por Bela Lugosi, ou então "Revolt of the Zombies" (A Revolta dos Zumbis), de 1936, foi "Night of the Living Dead" quem deu status ao gênero e início a uma saga interminável de mortos-vivos comedores de gente, etaaa......
Numa fotografia reaista em preto e branco, conta uma história de mortos que saem de suas tumbas e começam a atacar pessoas, no caso, cinco delas ilhadas em uma casa de campo. Não é preciso dizer o impacto que a história, pouco usual, causou a partir de seu lançamento.
Apesar de ter um conteúdo macabro explícito, foi bem visto pelo público mas duramente criticado. Ainda mais à época, com vietnam, cultura hippie, essas coisas. O que aconteceu é que gerou uma enxurrada de outros filmes e de todas as nacionalidades. Não existe país que não tenha feito o seu "zombie".
O interessante na história é que o mote dos mortos reviverem foi causado pela queda de um satélite, e que se tornou comum a muitas outras produções de ficção ou de terror. Ou seja, a interferência de fatores extraterrenos sobre o planeta terra. Pronto, não precisava explicar mais nada. Já tinha uma causa, agora era mandar ver, e foi o que fizeram produtores de todos os matizes.
O que não faltou a partir de "Night...." foram remakes como "Night Of the Dead", de 1990, dirigido por Tom Savini. Em 2005, "Land of The Dead", também de Romero.
Em 1999 a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos registrou o filme como "historicamente, culturalmente ou esteticamente importante".
George A. Romero faleceu no dia 16 de julho de 2017. Embora morto, continua muito vivo entre nós.
Filmografia:
1968 - Night of the Living Dead;
71 - There's Always Vanilla;
72 - Hungry Wives;
73 - The Crazies;
74 - O. J. Simpson. Juice of the Loose (documentário);
78 - Martin;
78 - Dawn of the Dead;
81 - Knightrider's;
82 - Creepshow;
85 - Day of the Dead;
88 - Monkey shines;
90 - Due Occhi Diabolic;
93 - The Dark Alf;
2000 - Bruiser;
2005 - Land of The Dead;
2007 - Diary of the Dead;
2009 - Survival of the Dead.
BUSTER KEATON NUNCA RIU, MAS VOCÊ SIM



- Já em final de carreira participou de inúmeras produções. Entre elas "Deu a Louca no Mundo", de Stanley Kraemer, onde contracenou ao lado de feras como Cantinflas, Spencer Tracy, Mickey Rooney, Jerry Lewis, Peter Falk;
- Foi ator nos famosos filmes de praia protagonizados pelo astro Frank Avalon, entre eles "Astronauta por Acaso" e "Folias na Praia";
- Participou de inúmeros seriados para a TV como "Além da Imaginação", Sunday Showcase", "The Adventures of Mr. Pastry", "Lux Video Theatre" e muitos outros;
- Fez parte do elenco de "O Crepúsculo dos Deuses", de billy Wilder de 1950 contrcenando com Williiam Holden, Gloria Swanson e Eroich von Stroheim.
KIAROSTAMI, QUE INVENTOU UMA NOVA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA



SPIKE LEE, UM CINEASTA PRA LÁ DE ENGAJADO


- 2015 - Chi-raq
- 2013 - Oldboy
- 2012 - Michael Jackson - Bad 25
- 2012 - Go Brazil Go!
- 2012 - Verão em Red Hook
- 2009 - Miracle at Sta. Anna
- 2006 - O Plano Perfeito
- 2005 - Quando os diques se rompem: Um réquiem em quatro atos (When the leeves broke: A réquiem in four acts)
- 2005 - Crianças Invisíveis
- 2005 - Jesus Children of America
- 2005 - Miracles Boys (TV)
- 2004 - Sucker Free City (TV)
- 2004 - Elas me Odeiam, Mas me Querem
- 2002 - A Última Noite
- 2002 - Ten Minuts Older - The Trumpet
- 2002 - Jim Brown all American
- 2001 - Come rin or come shine
- 2001 - The Concert for New York Cityy (TV)
- 2001 - A Huey P. Newton Story (TV)
- 2000 - A Hora do Show
- 2000 - The Original Kings of Comedy
- 1999 - O Verão de Sam
- 1998 - Freak (TV)
- 1998 - Jogada Decisiva
- 1997 - 4 Little Girls (Documentário)
- 1996 - Todos a Bordo
- 1996 - The Fine Art of Separating people from their money
- 1996 - Garota 6
- 1995 - Lumière et Compagnie
- 1995 - Irmãos de Sangue
- 1994 - Uma Família de Pernas pro ar
- 1992 - Malcon X
- 1991 - Febre da Selva
- 1990 - Mais e Melhores Bluesd
- 1989 - Faça a Coisa Certa
- 1988 - Lute Pela Coisa Certa
- 1986 - Ela quer tudo
- 1983 - Joe's Bed-Stoy Barbershop: we cut heads
- 1981 - Sarah
- 1980 - The Answer
- 1977 - Last Huster in Brookly
- Nomeação ao Oscar de Melhor Documentário por "4 Little Girls", de 1999;
- Nomeação o Oscar de Melhor Argumento Original por "Faça a Coisa Certa", de 1989;
- Menção Especial no Festival de Berlim por "Get On The Bus", de 1996;
- Menção Especial do Júri no Festival de Cannes por "Jungle Forever", de 1991;
- Prêmio Cinema Jovem de Cannes por "She Gotta Have It", de 1986;
- Nomeação o Prêmio Filme Negro de Melhor Argumento por "He Got Game", de 1998.
ETTORE SCOLA UM HUMANISTA A SEU DISPOR


- O César por melhor direção em "O Baile", e Melhor Filme Estrangeiro por "Nós Que nos Amávamos Tanto";
- Venceu em Cannes com melhor direção por "Feios, Sujos e Malvados";
- Indicado a Palma de Ouro por "A Noite de Varennes";
- Recebeu o Urso de Prata em Berlim por "O Baile".
- "Um Dia Muito Especial" foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
- Fala-se de Mulheres, de 64;
- La Conjuntura, de 65;
- Pesadelo de Ilusões, 65;
- Os Amores de Um Demônio, 66;
- Perdidos na África, 69;
- O Comissário Pepe, 69;
- Ciúme a Italiana, 70;
- Rocco Papaleo, 71;
- Festival Della'Unitá, 72;
- A Mais Bela Noite da Minha Vida, 72;
- Festival Unitá, 73;
- Trevico-Torino, 73;
- Tão Amigos que Nós Éramos, 74;
- Caroselo pela Campana referendária sul Divórzio, 75;
- Feios, Sujos e Malvados, 76;
- Senhoras e Senhores, Boa Noite, 76;
- Os Novos Monstros (coletivo), 77;
- Um Dia Muito Especial, 77;
- O Terraço, 80;
- Fosca, Paixão de Amor, 81;
- Casanova e a Revolução, de 82;
- Vorrei Che volo, de 82;
- O Baile, 83;
- O Adeus a Enrico Berlinguer (documentário), de 84;
- Macheroni, 85;
- Imago Urbis, 87;
- A Família, 87;
- Splendor, 88;
- Che Ora É?, 89;
- A Viagem do Capitão Tornado, 91;
- Mario, Maria e Mario, 93;
- A Viagem de Um |Jovem Homem Pobre, 95;
- I Corti Italiani, 97;
- O Jantar, 98;
- Concorrência Desleal, 2001;
- Um Outro Mundo é Possível, 2001;
- Lettere dalla Palestina, 2002;
- Gente Di Roma, 2003;
- Que Estranho Chamar-se Federico, 2013.
UM PERFECCIONISTA A SERVIÇO DO CINEMA


- Nosso Barco Nossa Alma, 1942;
- Esta Nobre Raça, 44;
- Uma Mulher do Outro Mundo, 45;
- Desencanto, 45;
- Grandes Esperanças, 46;
- Oliver Twist, 48;
- A História de uma Mulher, 49;
- O Grito da Carne, 50;
- Sem Barreira no Céu, 52;
- Papai é do Contra, 54;
- Quando o Coração Floresce, 55;
- A Ponte do Rio Kwai, 57;
- Lawrence da Arábia, 62;
- A Maior História de Todos os Tempos, 65;
- Doutor Jivago, 65;
- A Filha de Ryan, 70;
- Passagem para a Índia, 1984.
JOHN FORD, NINGUÉM FILMOU TANTO QUANTO ELE: 145 FILMES
Nascido em Maine, em 1894 com o nome de Sean Aloysius O'Fearna, ou talvez John Martin Feeney, mais tarde conhecido como Jack Ford e posteriormente John Ford, foi e continua sendo um dos 10 maiores cineastas em qualquer lista do gênero.
Na sua juventude em Portland conduziu carroça entregando peixe, depois foi entregador e publicista de uma fábrica de calçados e a noite era lanterninha no Teatro Jefferson e também no Ponto do Jóia.
Foi somente na Califórnia, já com o nome de Jack Ford que por intermédio de seu irmão Francis, que era diretor, iniciou na carreira de ator, isto em 1914. Seu primeiro filme foi "The Mysterious Hand". Após 10 filmes e 3 seriados começou na direção com "The Tornado", de 1917, onde também foi ator.
Entre 1917 e 19 já dirigira 31 westerns, todos pelo estúdio Universal. Foi em 1923 com "The Kirby" que foi creditado como John Ford e em 1924 fez "The Iron Horse", um brilhante épico aclamado pela crítica.
Dirigindo Tom Mix e Buck Jones no filme "Three Bad Men", de 1926 que encerrou sua fase no cinema mudo. Na década de 30 fez parceria com o popular comeciante Will Roger com quem fez 3 filmes. Foi somente em 1935 que recebeu seu primeiro Oscar por "The Informer". Foi em 39 que fez "No Tempo das Diligências", que deu enorme crédito ao gênero considerado de 2ª linha.
Foi ainda nesse ano que realizou sua primeira produção a cores, "Ao Rufar dos Tambores" e também "A Mocidade de Lincoln e "As Vinhas da Ira", mais duas elogiadas produções, então em preto e branco. "As Vinhas da Ira" recebeu 5 indicações ao Oscar entre eles o de direção.
Com a entrada dos Estados Unidos na guerra Ford foi nomeado chefe do núcleo de fotografia de campo do Departamento de Serviços Estratégicos, mais tarde CIA, e realizou registros para arquivo e também documentários de campo.
Após esse período fundou seu próprio estúdio, o Argosy Pictures. No entanto, o primeiro empreendimento, "O Domínio de Bárbaros" tornou-se um rotundo fracasso e o diretor teve de voltar ao western para evitar a falência.
Domo de um estilo truculento, foi demitido da Warner após ir as vias de fato com o ator Henry Fonda a quem dirigia na produção "Mister Roberts", o que o levou a ficar anos recluso das atividades tendo por companhia apenas a bebida. Seu retorno se deu em 1958 com o excelente "Rastros de Ódio", um portentoso western com seu ator preferido, John Wayne.
Na década de 60 sua saúde agravou-se devido ao uso abusivo do álcool e fumo. Sua visão começou a deterior-se e sua memória já não era a mesma. Mesmo nestas condições ainda fez os elogiados "Audazes e Malditos", "O Homem que Matou o Facínora", "Crepúsculo de uma Raça" e "Sete Mulheres".
Foi em 1973 que o ator veio a falecer, na Califórnia, depois de deixar um legado de 145 filmes como diretor e 13 como ator, com certeza uma marca que ninguém ultrapassou.
Tópicos:
- Recebeu nome indicações ao Oscar e ganhou 5.
- 2 Glogos de Ouro.
- Duas nomeações especiais no Festival de Veneza.
O ESTRANHO MUNDO DE..... ZÉ DO CAIXÃO, OU COFFIN JOE, OU............
Zé do Caixão, Coffin Joe, José Mojica Marins, não interessa o nome, na realidade o cara virou mito, se bem que endemoniado, mas mito.
Marins nasceu em 1936, em Vila Mariana, São Paulo, e virou personagem do cinema marginal feito naquele estado, encarnando o Zé do Caixão em inúmeras produções onde foi roteirista, ator, diretor, produtor e o escambau.
Se valendo de um perfil amoral, sádico, maníaco, sua criação se fundiu com o criador e por muito tempo não fez questão de mostrar quem era um e quem era o outro.
Zé sempre procurou por uma coisa só: sangue; não interessa se de virgem, jovem ou balzaquiana, desde que fosse vermelho. Como disse num de seus diálogos: “sangue não tem idade”. É claro que seu personagem tupiniquim tem um acento do conde Drácula, ou de Nosferatu (as unhas compridas), mas isso não diminuiu o potencial da criatura.
Sua primeira produção data de 1963 “A Meia Noite Levarei Sua Alma” onde já dizia a que vinha. O filme narra a história do coveiro Zé do Caixão numa cidadezinha do interior atrás das namorada de seu melhor amigo, já que sua mulher não consegue lhe dar um rebento.
O filme foi rotulado de tosco, vulgar, talvez porque no imaginário brasileiro nunca houve um personagem que encarnasse o mal dessa maneira. Por isso que sua a produção foi execrada por uma certa crítica engajada.
Em 1966 com “Esta Noite Encarnarei Teu Cadáver” deu continuidade a história do anterior. Foi somente em 2008, após trinta anos sem filmar que Mojica encerrou a trilogia com “Encarnação do Demônio”, já com um orçamento a altura de suas necessidades.
No tempo das vacas magras, ou seja, de aperto financeiro, com a Embrafilme fechando as portas para novas produções e sem ter de onde obter financiamento, Mojica se meteu no mercado pornô, em ascenção naquela época e mandou ver também nesse genero, mostrando que é pau (ops) pra toda obra.
O interessante é que lá pela metade da década passada ele foi redescoberto pelo cinema norte-americano e seus filmes passaram a ser exibidos nos Estados Unidos com seu Zé virando “Coffin Joe”. A partir daí virou cult. Aliás, o cara merece.
Tópicos:
Filmografia:
1963 – A Meia-Noite Levarei Sua Alma
– Sina do Aventureiro
1965 – O Diabo de Vila Velha
1965 - Pesadelo
1966 - Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver
1967 – O Estranho Mundo de Zé do Caixão
1968 – Trilogia do Terror
1969 – O Despertar da Besta
1970 – O Ritual dos Sádicos
- Finis Hominis
_ Sexo e Sangue Na Trilha do Tesouro
1972 – Dgajão Mara Para Vingar
– Quando Os Deuses Adormecem
1974 – Exorcismo Negro
- A Virgem e o Machão
1976 - Mulheres do Sexo Violento
- Como Consolar Viúvas
1977 – Inferno Carnal
1978 - A Mulher que Põe a Pomba no Ar
- A Deusa de Mármore
- Delírios de um Anormal
1979 – Perversão
- O Mundo-Mercado do Sexo
1980 – A Praga
1981 – A Encarnação do Demônio
1983 – Horas Fatais – Cabeças Cortadas
1984 – Quinta Dimensão do Sexo
1985 – 24 Horas de Sexo Explícito
1986 _ A Hora do Medo
- As duas Faces de um Psicopata
- 48 Horas de Sexo Alucinante
1987 – Dr. Frank na Clínica das Taras
- Demônios e Maravilhas
1988 – Trilogia do Terror
2008 – A Encarnação do Demônio
Como ator participou de 27 produções, sendo dirigido por Maurice Capovilla, Ivan Cardoso, Rogério Sganzerla, Alain Fresnot, entre outros.
Prêmios: Com “A Meia-Noite Levarei tua Alma” (O filme está disponível no You tube
- Prêmio Especial no Festival Internacional do Cine Fantástico y de Terroor Sitges (Espanha), em 1977
- Prêmio L’Ecran Fantastique para originalidade em 1974.
- Prêmio Tiers Monde da Imprensa Mundial, na França em 1974.
Com “Encarnação do Demônio”
- Recebeu mais Oito premiações em diversos festivais, entre eles o Prêmio do Júri Jove do Sitges – Catalonian International Film Festival em 2008 e o Prêmio Fantasporto, por carreira e Conjunto da Obra em 2000.
JIM JARMUSCH, O TALENTO A SERVIÇO DO CINEMA
Stranger than Paradise. Trailer
Nascido em 1953, na cidade de Akron, Ohio, este realizador norte-americano se firmou ao longo de três décadas e meia como um dos mais inventivos cineastas da nova geração. Dono de um estilo próprio de filmar, Jarmusch amealhou durante esse tempo um sem número de prêmios que atestam a sua inventividade e criatividade atrás de uma câmera.
Senão Vejamos: ganhou o Festival de Cannes de 2005 por “Broken Flowers”, o prêmio Especial do Júri no Sundance Film Festival por “Stranger Than Paradise” em 1984, além de ganhar o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno pelo mesmo filme, que lhe valeu a exaltação da crítica mundial para uma produção então independente. Aliás, dinheiro nunca foi problema para o diretor que sempre disse que a criatividade independe disso. E assim foi criando obras idiosincráticas, dentro de um visual moderno, pondo por terra alguns dogmas enraizados dentro do cinema americano.
Jim sempre se cercou de uma equipe afinada, tanto de roteiristas como de diretores de fotografia, produtores, e elenco escolhido a dedo. Dentro desse seu intimismo produziu alguns dos mais instigantes filmes que o mundo aprendeu a admirar como “Down By Low”, “Coffe and Cigarrets” e a sua última produção “Only Lovers left Alive”, uma história estilizada sobre vampiros no mundo moderno.
Jim estudou cinema em Nova York e antes mesmo de concluir seus estudos já realizava a sua primeira produção “Permanent Vacation”, de 1980. Mas foi em 82 que fez aquele que é considerado um marco dentro da sua filmografia “Stranger Than Paradise”, e que lhe valeu muitos premiações em diversos festivais. Aqui o diretor mostra uma câmera quase imóvel, uma história que parece não ter história sobre dois personagens que se deslocam até a Flórida apenas para passar o tempo, isso tudo filmado em planos que parecem não ter ligação entre si, que não se resolvem, que não dão noção de continuidade, gerando uma sensação de vazio, de estranhamento tanto no espectador quanto nos personagens, como se as estradas e as paisagens os mantivessem presos, sem movimento. É como se fosse um road movie sem ação, sem solução e sem nexo. Mas isto tudo é apenas aparente pois na realidade o filme tem uma intensidade que Jarmusch explorou na atuação dos atores, cada qual dentro de uma linha de improvisação.
Talvez por ter trabalhado muito com bandas de música Jarmusch soube explorar uma nova linguagem dentro do cenário americano, incorporando todos os elementos possíveis de uma sociedade embalada pelo tédio, pela monotonia e pela falta de objetivos definidos. Enfim, Jarmusch é estiloso e isso ninguém pode negar.
FILMOGRAFIA:
- Permanent Vacation, 1980;
- The New World, 81;
- Stranger Than Paradise, 82;
- Down By Law, 86;
- Doffe and Cigarettes, 86;
- Mystery Train, 89;
- Coffe and Cigarettes - Memphis Version 89;
- Night on Eart, 1991;
- Coffe and Cigarettes – Somewhere in Califórnia, 93,
- Dead Man, 95;
- Year of the Horse, 97;
- Ghost Dog: The Way of the Samurai, 99;
- Tem Minutes Older: The Trumpet, 2002;
- Coffe and Cigarettes, 2003;
- Broken Flower, 2005;
- The Limits os Control, 2009;
- Only Lovers Left Alive, 2013.
SERGIO LEONE, O REI DO SPAGHETTI
Com 18 anos começou a trabalhar na indústria das artes cinematográficas como assistente de direção de alguns mestres, entre eles Vittorio de Sica, Luigi Comencini e outros.
Seu primeiro longa foi O Colosso de Rodes, um belo épico B, em que Leone já demonstrava suas habilidades detrás de uma câmera.
Mas foi em 1964 que ele fez uma pequena obra-prima, a primeira de três, onde buscou o iniciante Clint Eastwood para seu título Por um punhado de Dólares. O filme já mostrava um diretor com uma nova estética para o gênero americano, do qual Leone era fã, com planos abertos, muito zoom, longos closes e uma mis-em-cene como talvez só ele soube usar dentro do gênero e que virou mote para uma legião de seguidores. O filme varreu o mundo, num sucesso estrondoso, e embora demorasse chegar a América, quando o fez, deixou o pessoal aturdido devido a qualidade e inovações que introduziu: ações coreografadas com música pontual (muitas delas do mestre Enio Morricone), muito sangue (impensável para o cinema americano), controle total da atuação dos atores, e cenografia das mais apuradas. Nas cenas os elementos visuais tem tanta importância como os personagens, acrescentando veracidade e robustez à história. Para isso buscou sempre atores americanos para seus projetos como Henry Fonda, Charles Bronso, James Coburn, Rod Steiger e outros.
Foi de seus filmes que tiraram a expressão Spaghetti Western, expressão um tanto chula para denominar as produções que sugiram na Itália depois de Por um Punhado. Se bem que nem um outro cineasta conseguiu seu apuro visual e acabamento, mas fizeram muito sucesso com filmes como Ringo, Django e outros.Depois de Por uns Dólares a Mais, de 65, Sergio Leone conseguiu o ápice de sua carreira com Três Homens em Conflito (O Bom, o Mau e o Feio), onde consolidou sua fama e estabeleceu sua marca nunca ultrapassada por nenhum filme de ação produzido na Itália. Aqui, como nas vezes anteriores, contou com a presença marcante de Eastwood, secundado por um time de excelentes coadjuvantes como Eli Wallace, e Lee Van Cleef. A cena do duelo no cemitério é das mais aclamadas e mais bem editadas da história, com a câmera percorrendo os três pistoleiros em seqüências pontuais e tendo de fundo, mais uma vez, o petardo sonoro de Morricone, que ficou conhecido mundialmente como uma das trilhas mais soberbas do cinema. Não precisa dizer que mais uma vez o terceiro filme da trilogia ganhou o mundo e rendeu uma boa grana ao diretor, que já nesta altura se mostrava cansada e com receio de não conseguir repetir seus êxitos anteriores.
Seu último trabalho Era uma vez na América, em que levou 13 anos de preparação, foi filmado nos Estados Unidos e foi uma incursão do diretor no universo da mafia, tendo como atores Robert de Niro, James Woods, Joe Pesci e abriu caminho para que mais tarde realizadores como Martin Scorcese explorasse ao paroxismo o tema em outras produções.
Seus filmes são:
O Colosso de Rodes, de 1961
Sodoma e Gomorra, de 62;
Por um Punhado de Dólares, 64;
Por uns Dólares a Mais, de 65;
Três homens em Conflito, de 66;
Era uma vez no Oeste, 69;
Quando Explode a Vingança, de 71;
Meu Nome é Ninguém, de 73;
Trinity e seus companheiros, de 75;
Era uma vez na América, de 84.
ROBERT ALTMANN
