ENTREVISTAS
DA MILONGA AO ROCK, BEBETO ALVES TRAÇA SUA TRAJETÓRIA MUSICAL EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO 'NA TRILHA.....'



GLAU BARROS: TEM O SAMBA NA PELE E NA ALMA

''O CINEMA CRIA IMAGENS MAS A LITERATURA CRIA IDÉIAS'' - JORGE FURTADO

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- Temporal, curta, 84;
- O Dia em que Dorival encarou a Guarda, curta, 86;
- Barbosa, curta, 88;
- Ilha das Flores, curta, 89;
- Esta não é Sua Vida, curta, 91;
- Veja Bem, curta, 94;
- A Matadeira, curta, 94;
- A Estrada, curta, 95;
- Ângelo Anda Sumido, curta, 95;
- O Sanduiche, Curta, 2000;
- Houve Uma Vez Dois Verões, longa, 2002;
- O Homem que Copiava, longa, 2003;
- Oscar Boz, curta, 2004;
- Meu Tio Matou um Cara, longa, 2004;
- Saneamento Básico, o Filme, longa, 2007;
- Rummikuh, curta, 2007;
- Velazquez e a Teoria Quântica da Gravidade, curta, 2010;
- Até a Vista, curta, 2010;
- Homem de Bem, longa, 2011;
- Doce de Mãe, telefilme, 2012;
- O Mercador de Notícias, documentário, 2014;
- Real Beleza, Longa, 2015;
- Robinson Crusoé - Mentira ou Ficção, 2016;
- Margarida das Neves, pós-produção.
- 2003: Grande Prêmio Cinema Brasil de melhor diretor e melhor roteiro original por "O Homem Que Copiava";
- 2003: Prêmio de Melhor roteiro no Festival de Cinema de Miami por "O Homem que Copiava";
- 2003: Prêmio da crítica no Festival Internacional de Punta del Este por "O Homem que Copiava";
- 2002: Grande Prêmio Cinema Brasil de melhor roteiro original por "O Homem que Copiava";
- 2002: Prêmio de Melhor filme-crítica no Cine Ceará por "Houve Uma Vez Dois Verões";
- 2002: Prêmio de Melhor Diretor no Cine Ceará por "Houve Uma Vez Dois Verões";
- 2002: Prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema Brasileiro de Paris por "O Homem Que Copiava";
- 1995: Prêmio do Público no Festival de Gramado por "Felicidade é...";
- 1995: Kikito de Melhor Filme brasileiro no Festival de Gramado por "Felicidade é...";
- 1989: Urso de Prata de melhor curta-metragem no Festival de Berlim por "Ilha das Flores";
- 1988: Melhor culta-metragem no Festival de Havana por "Barbosa";
- 1986: Melhor curta-metragem nos festivais de Gramado, Havana e Huelva por "O Dia em Que Dorival Encarou A Guarda".
SOLON FISHBONE É A CARA E A ALMA DO BLUES



- Blues from Southlands, 1994;
- Heart & Souo, 96;
- Blues Galore, 99;
- Instrumental Mood, 2004;
- Fish Tones, 2011.
CARLOS GERBASE FALA DE METALINGUAGEM, MÚSICA, CINEMA E OUTROS BABADOS

Dentro do projeto CineLIPSAM, da Liga de Psiquiatria e Saúde Mental da UFCSPA a Sala P.F. Gastal exibiu o filme "Sal de Prata" (2005). Após um debate com a platéia o diretor Carlos Gerbase concedeu uma entrevista ao "Na Trilha..." onde abordou entre outros assuntos a metalinguagem, que enquadra muito bem a história do filme e também outros aspectos já que este trabalho foi feito em película, mesmo tendo em alguns momentos a tecnologia digital.
A história, a partir de um roteiro escrito por Gerbase, mostra o cotidiano de uma trupe de cineastas que buscam alternativas para seus projetos cinematográficos. E durante o tempo que transcorre, a tela é inundada de flagrantes e elementos como pôsters, citações, cameras, sets e tudo o que a arte cinematográfica usa e abusa antes do produto final como enquadramentos, iluminação, decupagem, enfim, é o cinema dentro do cinema.
Perguntado se "Sal de Prata" poderia ser uma homenagem a sétima arte Gerbase diz: "tudo bem, tu pode chamar de homenagem, mas eu diria que é uma reflexão, uma conversa, é um discurso cinematográfico sobre o discurso cinematográfico. Então é inevitável que o filme fique com esse peso, digamos assim, um pouco mais reflexivo. É ao mesmo tempo um acerto de contas, porque o cinema tem coisas tão boas mas, por exemplo, a vida das pessoas que fazem cinema no Brasil é muito dura. Então como o personagem Holmes, de Sal de Prata, quer fazer um filme mas acaba o dinheiro. E a personagem de Camila Pintanga diz assim: me liga quando tiver dinheiro, ou melhor, não me liga!! Isso é muito cinema também. Então, uma coisa é o cinema que a gente quer fazer e outra é o cinema que a gente consegue fazer. Então, tem esses dois lados. O lado de ser maravilhoso a gente se servir dessa linguagem e ao mesmo tempo a gente perceber de como é fragmentado, difícil de fazer. Dá muito trabalho e não é uma atividade muito valorizada".
"Sal de Prata", quarto trabalho do cineasta gaúcho, concorreu naquele ano em Gramado e não foi bem recebido pela crítica, o que segundo o diretor afetou posteriormente a sua distribuição. Centrado num elenco de nomes conhecidos como Maria Fernanda Cândido, Camila Pitanga, Marcos Breda e de atores gaúchos, a película recebeu o Kikito de Melhor Montagem, de Giba Assis Brasil.
Sobre a captação de recursos para filmar no Brasil, Gerbase diz: "desde o surgimento da Lei Rouanet vários mecanismos existem para ajudar o cinema brasileiro. Inclusive um dos medos que se tem é que esse novo governo possa retirar essa prioridade da cultura. Por enquanto tá tudo igual como estava antes mas a gente não sabe muito o que vai acontecer. Até meados da década de 2 mil a gente ia nas empresas gaúchas que pagam imposto e esse tipo de incentivo hoje não existe mais, não estão colocando dinheiro via lei do audiovisual, via lei Rouanet, com raríssimas exceções. Então hoje a gente aposta muito num negócio chamado FSA que é o Fundo Setorial do Audiovisual, que é uma maneira diferente de captar recursos em que tu tem que entrar via editais".
Gerbase foi durante 24 anos integrante da Casa de Cinema de Porto Alegre onde desenvolveu projetos que ficaram marcados no início da história do cinema moderno gaúcho em produções como "Inverno", "Verdes Anos", e curtas como "O Corpo de Flávia", "Deus ex-Machina" e outros. A partir de 2011 deixa a Casa e junto com Luciana Tomasi cria a Prana Filmes, que dá suporte os filmes "Menos que Nada", (2012), "Ocidentes" (série de TV, de 2013), "Na PUCRS", curta de 2015.
Ainda sobre a captação diz o cineasta: "hoje, as pessoas do cinema estão sempre escrevendo projetos para editais. É um mundo muito burocratizado. As vezes as pessoas gastam mais tempo aprendendo a fazer justificativas do filme do que o roteiro".
Gerbase é também escritor e leciona Cinema na PUCRS. Participou como diretor e roteirista em diversos longas e curtas e séries de TV. É formado em Jornalismo pela PUC e tem doutorado em Comunicação Social e Pós-Doutorado em Cinema pela Universidade Sorbonne-Nouvelle-Paris. Atualmente é professor titular da universidade atuando no Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual e nos Programas de Pós-Graduação de Comunicação Social e Letras e além disso também é músico (segundo ele ex-) já que foi um dos fundadores da Banda Replicantes e atuou como bateirista e também cantor, atividade que largou a algum tempo.
Sobre conciliar todos esses lados declara: "o músico já dançou. Isso é 2002 porque não dava pra fazer show no interior e voltar de ônibus, dar aula no outro dia, então encerrei minha carreira, com raríssimas aparições. O professor é de cinema, então não é uma coisa que está separada. Tudo que eu aprendi fazendo filmes eu acabei utilizando como professor. A diferença é o mundo acadêmico, esse sim. Quando eu entrei nesse mundo eu vi que ele exige muito. E tudo que eu faço no mundo do cinema tem no acadêmico a seguinte avaliação: nada".
Tópicos:
- Carlos Gerbase tem em sua filmografia, entre longas e curtas, 20 produções;
- Entre publicações, 20 livros;
- Como músico, 10 Cds e Lps com a Banda Replicantes;
- O Filme "Sal de Prata" conta com o seguinte elenco: Maria Fernanda Cândido, Camila Pitanga, Marcos Breda, Bruno Garcia, Nelson Diniz, Júlio Andrade, Rafael Tronbini, Felipe de Paula, Julia Barth, Bruno Torres;
- A trilha sonora sobre temas eruditos foi gravada por Tiago Flores;
- Montagem, Giba Assis Brasil;
- Produtora: Globo Filmes.
- Produção: Luciana Tomasi, Nora Goulart;
- Fotografia: Jacob Solitreick;
- O filme está disponivel no You Tube.
ORQUESTRA JOVEM DO RS. DO SONHO A REALIDADE. TELMO JACONI FALA AO 'NA TRILHA....'


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- Daniel de Abrantes Timm, violino;
- Fabio de Mattos Alves, contrabaixo;
- Iran Jorge da Silva, violino;
- Lucas Inage dos Santos, viola;
- Marcírio Siqueira Neto, percussão;
- Matheus Kleber, piano;
- Rachel Alquati, violoncelo.
SIMONE RASSLAN E SEU INCRÍVEL ARMAZEM DE 'XAXADOS E PERDIDOS'


ADOLFO ALMEIDA JR É O 'CARA' E A 'CARA' DO FAGOTE EM PORTO ALEGRE
Das lembranças mais remotas Adolfo guarda a de seu avô materno que tocava alguns instrumentos de cordas e também de sua madrinha que mantinha em casa uma escola de música. Portanto esta entrou em sua vida já muito cedo.
Mesmo tendo estudado violão, depois flauta doce com Isolde Frank, Piano com Gerarld Messiat, isto na UFRGS foi com o professor Gunter Kramm que desenvolveu seu aprendizado no fagote. Teve cursos também com Alain Lacour, Angelo Pestana e Noel Devos. Sobre a procura de jovens hoje pelo instrumento diz:
"Se eu levar em conta que é um instrumento que me identifico muito também constato com certa tristeza que poucos jovens optam pelo fagote, tanto que nas aulas que ministro na UFRGS tenho apenas um aluno".
Almeida Júnior não transita apenas na música erudita e teve trabalhos com o pessoal da música popular. "É bom porque a gente tá sempre trocando informações e isto é parte de um aprendizado, basta ter a mente aberta". Já tocou com Arthur de Faria e Seu Conjunto, inclusive com apresentações fora do país e também com outras feras como Paulo Moura, Hermeto Pascoal, Altamiro Carrilho.
Atualmente é o 1° fagostista d OSPA e também tem um vida acadêmica como professor: "Ainda bem que a Orquestra dás um suporte financeiro pra muitos músicos, mas a gente tem que se virar e fazer outros trabalhos, lecionar, enfim é uma vida agitada".
Mantém também o Trio de Palhetas e junto com Paulo Calloni (oboé) e Augusto Maurer (clarinete) fizeram uma apresentação domingo passado dentro do projeto "Música no Museu" no Margs. Aliás, vale destacar que já nos anos 90 foi um dos fundadores do Trio de Madeiras, numa formação parecida (só que era flauta) e com esta formação tive o prazer de convidá-los para tocar no projeto "Encontros Musicais" do Colégio Santa Rosa de Lima.
Sobre a aceitação da música erudita nos dias de hoje diz: "Estamos cada vez mais indo de encontro ao público e isso é bom. Veja só, hoje aqui(Margs) o local estava lotado, com muita gente em pé. Isso é prova de que as pessoas procuram ouvir e prestigiar cada vez mais esse tipo de música".
O músico destaca também a importância que teve em sua formação as aulas de composição que teve com os mestres Armando Albuquerque, Bruno Kiefer, Gerardo Gandini e Ernest Widmer, então professores da Universidade.
"Todos eles foram importante, cada um teve a sua contribuição, mesmo porque os métodos que estudei foram aqueles normais, com muita prática diária".
Sobre o repertório para um trio de fagote, oboé e clarineta destaca que é preciso garimpar muito para achar peças adequadas:
"Não existe muita coisa para essa formação mas a gente pode adaptar muito de Bach, Millhaud e outros. Fica bem. E também a gente não se furta de incluir autores brasileiros como por exemplo Ernesto Nazareth".
O repertório de domingo passado foi com "Cânone Perpétuo e Oferanda Musical" e "Prelúdio e Fuga a Três vozes em dó sustenido menor", de Bach, "Pastorale" e "Suíte (d'après correttel" de Darius Milhaud, "Cinq Peèces em Trio" de Jacques Ibert e finalizou com duas adaptações: "La Muerte del Angel" de Piazzolla e "Banbino" de Ernesto Nazaret.
Já tendo lançado um CD 'Paradoxo", em 1006, atualmente Adolfo Almeida Jr desenvolve uma projeto de pesquisa com trilhas sonoras.
LUIZ HENRIQUE 'TCHÊ' GOMES, 35 ANOS A SERVIÇO DO ROCK


"TOCA DO DISCO" TEM O MELHOR DO ROCK, D0 BLUES E DO JAZZ
Quem sobe pela Garibaldi, um pouco antes da Independência, à esquerda já deve ter visto a melhor loja especializada em rock, blues e jazz de Poa. Vale a pena entrar e ver o que as prateleiras tem a oferecer aos afficionados por Cds e vinis. Seu proprietário Rogério Cazzeta diz como iniciou no negócio: "na minha adolescência, lá por 1978 eu já comecei a comprar discos, e dez anos depois o meu pai que era dono desse local, me ofereceu um espaço para abrir uma loja. E isso aconteceu no dia 19 de agosto de 1989, e começou com o nome de "Toca do Disco", que está até hoje. Primeiro eu comecei com troca de Lps, já que não existia ainda o CD. E o negócio foi crescendo, tanto que eu ampliei o espaço"
Com um gosto refinado do que o melhor do rock e do blues tem a oferecer, com certeza os curtidores desse estilo vão encontrar o que procuram, já que Rogério não deixa por menos. Se não tem, manda buscar. Até porque a clientela é grande e exigente como diz: "a loja sempre foi especializada em rock, blues e um pouco de jazz. E música brasileira também. Mas o que alavancou o negócio no início era a minha dedicação ao rock tradicional, dos anos 60 como Ten Years After, Almann Brothers, Rory Galagher, essa turma aí. E depois a questão do blues já que ninguém vendia esse estilo em Porto Alegre e é um som que eu gosto e durante um bom tempo também fui especialista nesse estilo".
Quando o CD chegou e tomou conta do mercado mesmo assim o proprietário continuou com vinil nas prateleiras já que este nunca deixou de vender. "Em 89 eu abri com vinil, e a minha primeira compra de CDs foi no final dos anos 90 quando ele entrou com tudo no Brasil. Inclusive trabalhei com Cds importados já que a procura era grande. O auge foi até 96 e 97. Era a presente mais procurado nos natais e aniversários. Hoje em dia o Cd deve de estar na centésima colocação, já que com a questão do computador, e de baixar música, de gravadores de Cds, durante um bom tempo não se vendia nem Cd e nem Lp".
Aí no final dos anos 2000 o vinil mais uma vez voltou a tona e começou a ser procurado: "aqueles colecionadores antigos que na época trocaram por Cds voltaram ao bolachão assim também como uma gurizada nova. Eles saem do colégio entram aqui e eu penso que eles vão comprar Cd e eles querem Lp. E isso se deu por influência dos pais, da mídia e também porque eles entenderam que é bem mais prazeiroso de manusear, é mais atrativo".
Mesmo com a crise e a subida do dólar Rogério entende que o negócio ainda tem muito pra dar: "olha, a loja é meio a meio. Eu tenho metade de Lps nacionais de fabricação brasileira, usado e alguma coisa que eu trago de fora, que com o preço atual do dólar o valor fica meio salgado, mas mesmo assim tá vendendo bem".
Então, se você curte aquele som que acha que não encontra em lugar nenhum chega lá na "Toca" que se não tem, o Rogério manda buscar pra ti.
LUIZ MACHADO É O CARA DO CHORO EM PORTO ALEGRE
Ele é um dos principais nomes do choro no Rio Grande do Sul e também fora do estado. O músico e professor Luiz Machado, que nos domingos leva um grupo de alunos e admiradores no Bric da Redenção com o intuito de mostrar o que a rapaziada sabe fazer diz que o seu envolvimento no gênero começou cedo: “Foi em 81, que ao ver um show da Cor Do Som e ao ver o Armandinho tocando me despertou o interesse. No outro dia comprei um bandolim e a partir daí não parei mais. Comecei a estudar, pesquisar, correr atrás de discos e me envolver cada vez mais”.
Outro lance de Luiz foi montar uma escola voltada para os interessados pelo gênero, que era um bom número: “eu fui obrigado a montar uma escola porque naquela época não tinha ninguém que ensinasse as coisas. Tive um período com o professor Airton Silva e também outras coisas que tive que procurar sozinho. Escrevi métodos pra choro, de frases musicais, para violão de 7 cordas, bandolim, cavaquinho e ao me envolver minha escola acabou sendo direcionada ao choro”.
O grande número de alunos que procuravam sua escola e o movimento crescendo fez com que o professor fosse convidado para administrar um projeto criado pelo Santander Cultural: “Fiquei 10 anos fazendo as oficinas lá, todos os sábados. Inclusive neste ano fui convidado para representar o Rio Grande do Sul no Rio de Janeiro para contar a história do choro no sul. Foi uma apresentação muito boa que envolveu todos os estados do Brasil. Porque todo mundo tem a sua música regional mas o choro é tocado em todos os estados”.
Ainda segundo Machado o choro nunca deixou de interessar aos amantes do gênero: “é um movimento que sempre vai existir. A mídia as vezes pode não estar muito interessada em mostrar mas de vez em quando aparece um Hamilton de Hollanda, algum virtuose e aí eles resolvem dar espaço. Mas o choro nunca vai morrer porque é música tocada no Brasil inteiro”.
O método principal de sua escola é a leitura, como explica Luiz Machado: “O músico que lê está sempre pronto pra tocar em qualquer lugar. Se tu precisar decorar uma música tu pega 15 minutos e decora. Mas leitura tu não aprende em 15 minutos. E lá na minha oficina vem gente de todo o Brasil para participar e se eu não tivesse alunos com boa leitura, ficaria mais difícil, até porque cada músico tem o seu repertório. E todos aqueles que lá chegaram foram bem acompanhados. Então por isso a importância da leitura. E veja bem, existem centenas, milhares de choro e é difícil tu botar todos eles na cabeça”.
Outra coisa a destacar é que além do repertório antigo que abrange Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Armandinho e outros, tem também o pessoal novo que está compondo: “Olha, eu tenho vários alunos compositores. Luiz Barcelos, Elias Barbosa, Pedro Franco, Rafael Ferrari, muitos, muitos. E em outros lugares também. A gente que está sempre envolvido com o choro está sempre recebendo CDs de composições próprias, até porque hoje em dia qualquer um faz o seu disco independente. E todo mundo ta mostrando”.
Então quem gosta de chorinho e tá afim de aprender a Escola Teclas e Cordas fica na rua Lopo Gonçalves quase esquina com a Lima e Silva.
EMBARQUE E SE DIVIRTA NO "ÔNIBUS DO SOBE E DESCE" DE GELSON OLIVEIRA

O Ônibus do Sobe e Desce de Gelson Oliveira é um trabalho voltado para o público infanto-juvenil ganhador do Prêmio Açorianos 2015.
Segundo Gelson tudo começou a partir da música "Papagaio Pandorga", que há 25 anos é tema de abertura do programa Pandorga da TVE: “eu recebi muitas cartas de crianças querendo saber quando eu faria um CD destinado aos pequenos. Esse sonho foi amadurecendo. Mais tarde montei um musical que se chamou “O Ônibus do Sobe e Desce” que foi apresentado em vários lugares como shoppings e escolas. Na continuação eu e o Nelson Coelho de Castro fomos convidados para apresentar um show dentro das comemoração da semana da criança. Ele com o espetáculo “A Cidade do Lugar Nenhum” e eu com “O Ônibus...”
A partir daí Gelson começou a trabalhar nas músicas e uma das primeiras compostas foi “O Cavalo Azul” que é aquela que abre o CD. Já com idéias na cabeça o músico porto-alegrense foi atrás de patrocínio para viabilizar o projeto conseguindo através do Fumproarte. Cercado de um timaço de músicos, entre eles Pedro Tagliani e Edinho Espíndola e tendo na produção ele e Marisa Rotenberg conseguiu finalizar o trabalho que acabou, merecidamente, recebendo o Prêmio Açorianos.
No dia 4 de dezembro, num sábado, Gelson levou a banda toda para um show no Salão pequeno da UFRGS que estava com muitas crianças acompanhadas pelos pais. Diz Gelson: “é muito bom poder trabalhar com instrumentistas deste quilate no palco. Não que voz e violão não seja interessante. É um outro proceder musical. E em 2016 retomamos o espetáculo já com várias propostas de a gente viajar pelo Rio Grande do Sul e quem sabe em outros estados que já acenaram com essa possiblidade”.
Em verdade existem algumas iniciativas voltadas para esse público como “A Palavra Cantada” de um grupo paulista, algumas outras produções individuais e paramos por aí. Portanto é preciso muita motivação para fazer música pros baixinhos: “eu já fui criança e não matei a criança que fui. O que difere uma pessoa de outra são aquelas que conseguiram conservar o espírito infantil e até uma certa inocência necessária na vida. É um outro olhar. Mais sincero, de dizer o que pensa, brincar e lembrar da época das brincadeiras, tudo que eu canto, como pular corda, brincadeira de roda, isso aí nada é ficção. Eu vivi mesmo. Portanto não foi nada difícil conceber as músicas para este CD”.
O interessante é que o músico passeia por ritmos brasileiros enraizados na memória como marchinhas, xotes e outros que estão no inconsciente coletivo: “Existem tantos ritmos que nem caberiam num CD. Mas eu estou contribuindo a minha maneira de poder passar um frevo, uma marcha-rancho, aquele embalo de festas de São João, de quadrilhas. Enfim, eu procurei colocar o maior número de informações possíveis até porque os ritmos brasileiros são riquíssimos”, completou o músico.
No show do dia 4 a criançada, atendendo ao pedido do compositor, cantou junto os refrões, o que mostra que as músicas conseguiram entrar no imaginário infantil, o que são poucos aqueles que conseguem tal feito. Salve Gelson Oliveira e seu incrível “O Ônibus do Sobe e Desce” e que o trabalho possa ser aproveitado por professores de música que têm um trabalho voltado para esse público.
Tópicos:
Produção: Gelson Oliveira e Marisa Rotenberg.
Estúdio de Gravação: Passarim Música e Arte (Porto Alegre) e Pedra Sonora (Florianópolis).
Produção Executiva: Márcio Gobatto.
Músicos:
Esdínho Espíndola: bateria
Beto Bongô: coquinho
Etore Bacci: congas
Pedro Tabliani: violão
Marisa Rotenberg: programação, instrumentos e vocais:
Patrícia vieira Reis: voz
Aline Sandoval: voz
Renato Mujeiko: baixo
MARCUS MELLO FALA SOBRE A CINEMATECA CAPITÓLIO
Adquirido pela prefeitura de Porto Alegre em 1994, o antigo Cine-Theatro Capitólio, desde então passou a ser objeto de atenção e preservação da comunidade cinematográfica porto-alegrense. E foi somente em 2003 que uma parceria entre a Prefeitura, a FUNDACINE (Fundação Cinema RS e a AAMICA (Associação dos Amigos do Cinema Capitólio) que o projeto tomou forma e começou a sair do papel.
Marcus Mello, Coordenador de Cinema Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura e também diretor da Cinemateca Capitólio relata: “a cinemateca foi criada com dois objetivos principais: primeiro o de recuperar e preservar uma antiga sala de cinema de Porto Alegre, da chamada fase de ouro, quando foram construídos grandes palácios que acabaram todos eles desaparecendo, e o segundo de dotar este espaço dos mais variados itens relacionados ao cinema como guarda e preservação da memória cinematográfica do Rio Grande do Sul”.
Foi somente em 2010 que a Cinemateca recebeu o patrocínio do BNDS, com recursos destinados aos sistemas elétricos e de climatização, aquisição de mobiliário e outros equipamentos e em 2011 a prefeitura firmou convênio com o Ministério da Cultura, assegurando ainda mais recursos para a conclusão do projeto. Foi somente em Abril de 2014 que a sala foi oficialmente inaugurada e reintegrada ao espaço urbano da cidade.
Mello fala também sobre o surgimento da sala na década de 20: “O prédio foi construído em 1928 por Jose Faillace, um alfaiate de Porto Alegre, apenas com suas economias, e na época foi o cinema mais luxuoso do Rio Grande do Sul e sempre teve um papel importante na vida cultural do Estado”.
A sala de exibição mantém as características originais e a mesma arquitetura da tela sendo que a platéia foi adaptada para o formato stadium. Tem capacidade para 164 pessoas e também espaço para cadeirantes.
Existem espaços distribuídos em quatro pavimentos onde estão distribuídas uma Sala de Exposições, Sala Multimídia, Biblioteca, Cafeteria e Sala de Pesquisa.
Segundo o coordenador, o Capitólio não tem obrigação de competir com outros que exibem blockbusters. “Ele é um cinema alternativo até pela sua condição de ser de calçada na região central da cidade. Mas sua proposta não é o de ser um cinema de gueto por isso deveremos ter uma programação bem diversificada que atenda aos diferentes tipos de público”.
Na sua área de acervo a Cinemateca reúne filmes realizados em distintas bitolas como 35mm, 16mm, 8mm, VHS, DVD, HD. As duas Salas de Pesquisa possuem filmes e aparelhos de DVD e monitores de televisão e são de uso gratuito, sendo disponibilizados mediante agendamento prévio pelo telefone 3289-7463.
Marcus Mello diz que a sala ainda carece de melhor equipamento de projeção: “neste primeiro momento temos apenas dois projetores de 35mm e hoje os filmes novos estão sendo lançados em formado digital, então ainda não estamos conseguindo exibir alguns que gostaríamos pois a idéia seria a de em cada horário exibir filmes diferentes como por exemplo um atual de ação e após um clássico dos anos 50, mas para isso ainda estamos tolhidos tecnicamente”.
Atualmente a cinemateca oferece três horários de exibição: Às 16, 18 e 20 e o preço do ingresso é o de 10 reais.
Marcus fala também sobre a diferença do Capitólio e a sala P.F. Gastal, também administrado pela prefeitura: “A P.F. Gastal tem um público fiel. É um perfil de cinema mais autoral pois exibe muitas produções experimentais enquanto que no Capitólio a gente quer manter uma programação mais eclética mais diversificada”. Diz Marcus Mello sobre as P.F. Gastal: “ainda sofremos alguns problemas de infra-estrutura da Usina do Gasômetro pelo fato de sua localização. É um espaço que tem enfrentado muitos problemas como o não funcionamento dos elevadores, falta de água, estacionamentos fechados à noite, mas podemos dizer que é uma sala que vingou, que tem o seu público. Mas isto deve mudar a médio prazo pois porque a usina vai passar por uma mega-reforma dentro do projeto de revitalização da orla e toda sua parte elétrica será refeita bem como ar-condicionado que será trocado além do desenho do espaço que será refeito embora mantenha suas características arquitetônicas do prédio que é tombado. Talvez daqui a dois anos esta obra esteja concluída”.
Concluindo, o coordenador destaca a capital do estado dentro do cenário alternativo brasileiro: “Porto Alegre está muito bem servido em termos de cinema alternativo. Nós somos uma das cidades que mais tem salas, onze, enquanto que outras capitais tem no máximo uma ou duas. Então isso nos coloca numa posição bastante privilegiada em relação a outros centros. O que precisamos ampliar é o público freqüentador desse circuito, até pelo fato de estas salas estarem todas concentradas no centro, próximas umas das outras”.
Então, se você curta um lugar para assistir algumas produções diferentes, raras, de outros países, cineastas desconhecidos por aqui comece a frequentar estas dois locais, o Capitólio na esquina da Demétrio com Borges e a P.F. Gastal na Usina do Gasômetro, onde muitas sessões são franqueadas. Aproveite.
O REI DO PORNÔ NO CORAÇÃO DO BOM FIM
Quem passa na Oswaldo Aranha 992, antes do Ocidente já deve ter notado, ou entrado, no prédio de dois andares mais sub-solo e que abriga, segundo seu proprietário Hilton Zilberknopa, a maior locadora do mundo no gênero pornô. “A Zil Vídeo foi criada em 1987, no mês de Outubro, pelo meu irmão Celso, então agora completamos 28 anos. Seu primeiro endereço foi na Oswaldo Aranha 1092 sala 9. No atual estamos desde abril de 1989”.
Hilton também explica porque sua locadora é diferente das demais: “Em primeiro lugar eu tenho VHS, todos os gêneros, desde os filme clássicos, suspense, infantil, bíblico, guerra e pornô também, em DVD, este em torno de 28 mil, que é o carro-chefe. Não tenho blue-ray, então é uma loja completamente diferente de qualquer outra. Não tem parâmetro de comparação. Mas no montante de filmes com certeza é a maior, pois nem no exterior já vi coisa igual”.
A loja possui um acervo de gêneros clássicos e nacionais que a fizeram referência no Brasil inteiro, pois muitos títulos que não haviam em outros centros eram achados aqui. Todo o pessoal que freqüentou espaços alternativos que exibiam filmes raros tinha como referência a Zil Vídeo. “Hoje, o aluguel de fitas VHS é só para o colecionador mais específico pois são títulos que não existem em outro formato”.
No entanto o empresário se queixa do momento atual, onde muitas locadoras estão fechando suas portas. “O mercado caiu muito. Pra você ter uma idéia, até as empresas distribuidoras como ‘Explícita’, ‘Buttworld’, ‘Brasileirinha’, ‘Vivid’, ‘Buttman’, aqui no Brasil não estão mais distribuindo. Então em tenho que mandar buscar no exterior e aí são filmes que não tem nem legenda”. Hilton elenca ainda outros fatores: “As locadoras não souberam passar o VHS para o DVD, aí veio a internet, pirataria, enfim hoje o mercado no Brasil é muito ruim”.
Segundo ele, o melhor momento foi na década de noventa onde a loja tinha dois turnos de funcionários e um movimento constante sendo que hoje trabalha com uma clientela menor porém fiel.
Somando os 28 mil DVDs pornôs a loja possui um acervo de mais de 40 mil em VHS em todos os outros gêneros, o que dá um total, mais ou menos, de 68 mil títulos. Então se você encontrar alguma outra loja com números maiores que este me avisa, o que eu acho que vai ser bem difícil. E pra quem não conhece, é só chegar.......
ANA LONARDI FALA SOBRE O FILME NERVOS DE AÇO
Assista o trailer aqui: https://www.youtube.com/watch?v=6WnEaKMja90
Nervos de Aço, produção gaúcha de Claudinho Pereira fez sua pré-estréia no dia 4 de agosto na Sala Paulo Amorim da Casa de Cultura Mário Quintana. Com um Montante de 1 milhão e 200 mil o filme foi contemplado no edital de 2013 de Finalização de Longas Metragens com recursos da FAC/RS.
O roteiro é bastante inventivo e inusitado pois parte de uma história elíptica onde uma banda prepara um show com músicas de Lupicínio Rodrigues e através delas os personagens vivem seus envolvimentos passionais e onde as músicas muitas vezes servem de falas e respostas entre a trupe.
Maria Rosa (Ana Lonardi), a cantora vive com o diretor do espetáculo (Arrigo Barnabé), mas também tem um caso com um músico da banda (Pedro Sol). Esse triângulo é que se sobressai na história que é pontuada pelas músicas de Lupi.
Todas as partes musicadas foram feitas ao vivo no teatro da casa de cultura Mario Quintana, ou seja, som direto e uma super-banda onde se destacam o próprio Arrigo, Jorginho do Trumpete, Antonio Luis Barker, Guaraci Guimarães, Sérgio David, Rafael Marones, e com arranjos de Matias Capovilla. Algumas poucas cenas externas foram rodasas em locais de Porto Alegre, como por exemplo o Cais do Porto. Participa do elenco também a atriz Juliana thomaz.
Os produtores agora estão negociando para que o filme possa entrar em circuito comercial.
1) Como foi o teu envolvimento no filme?
- O Maurice Capovilla estava procurando uma cantora gaúcha que pudesse lançar através do filme Nervos de Aço e fiquei sabendo através da produtora Ângela Flack, a quem estava me associando na época que me recomendou um encontro com ele. O Claudinho Pereira um dos produtores do filme também buscava uma cantora e conseguiu um encontro num restaurante onde eu acabei cantando à capella para os dois, isso em 2010
2) Ana como foi cantar Lupicínio?
- Emocionalmente é muito tenso e é preciso dar um mergulho muito grande no seu universo sentimental para poder passar pras pessoas o que ele sente. E o Lupicínio trata de sentimentos que são difíceis como raiva, decepção, traição e chega nos extremos do ser humano e pra eu encarnar essa personagem eu tive que entrar em contato com os meus extremos emocionais e isso é um desafio muito grande, porque não é só o trabalho de entrar mas também de sair do personagem. E também vocalmente porque era um trabalho com uma super-banda com naipes de sopro e tinha que ter timbres de vozes mais marcantes onde a minha tinha de se sobressair naquele contesto.
3) Ana conta como foi o trabalho de atuação?
- Olha eu não sou atriz e nunca havia atuado a não ser peças na escola mas contei com a ajuda de um amigo que é ator o Felipe Mônaco com o estudo dos textos e sub-textos e entender melhor a história e ver de onde eu poderia buscar recursos para interpretar a Maria Rosa (uma das personagens do filme) e também a direção do Mauricio Capovilla que é muito orgânico além da interação com o Arrigo Barnabé que contribuiu bastante.